16 de maio de 2012

Simplesmente Tita - Cap 73 - O castigo vem a cavalo! (4ª TEMPORADA)



O castigo vem a cavalo

Colocada para dentro de casa como os capangas de Ronei jogavam os vacilões no esgoto. Essa era a recepção VIP de Meire das Neves. Nada que me surpreendesse.

-Onde é que você passou todos esses dias, hein, sua vagabunda? Pensa que eu não vi você na tv, sua putinha?

Chutes, bofetadas, chineladas e gritaria generalizada.

- Ele voltou, mas você ficou. – puxou-me pelos cabelos e atirou-me contra o sofá – Ficou aonde, sua meretriz?

- Não te interessa! – protestei tentando me recompor

- Interessa sim, sua piranha ordinária. Vai me falar onde e com quem estava... – sarcástica – Você não sobreviveria nem mesmo um dia sozinha. – percebeu a vermelhidão de meus olhos e o piercing com penduricalhos – Deve ter aprendizado a fazer programas, né?

-Sim. Por quê? Alguma coisa contra? – odiava essas malucas suposições de mamãe - Ficou louca, sua velha? – estava agindo como se fosse Van falando com sua mãe

-Como é que é? – Meire ergueu as sobrancelhas e cerrou os punhos

-Isso mesmo, sua velha cadela! – a instiguei – Se quiser vir pra cima, fica a vontade. Pelo menos agora eu posso ir para onde quiser, viu? Não sou mais aquela menininha boba que você amedrontava. - a peitei – CRESCI!

-Mentirosa desgraçada. – me socou o rosto - Viajou agindo de má fé...

-Como se não tivesse feito o mesmo comigo durante a vida toda. Cínica desgraçada! – berrava com força - Viajei! Viajei sim e passei dias muito agradáveis com os meus amigos, muito melhores do que apanhar porque queria entrar no mar. Entrei, peguei onda, me diverti, saí pra balada e sim, mãe, coloquei piercing. Coloquei porque aproveitei a oportunidade... Se dependesse de você eu teria 5 anos pra sempre, mas é uma pena que eu tenha crescido porque agora eu não vou dormir na hora que você quer, não me visto como você quer, não obedeço as ordens sem questionar. Eu cresci, mas já faz muito mais tempo do que você pode pensar. Eu cresci e você nunca respeitou meu espaço, mas querendo ou não, agora eu vou falar o que sinto e você vai ter que me escutar...

Discurso encerrado com uma Tita sem blusa, ajoelhada e com as costas ardendo com a vara de marmelo. Fuga pela janela com destino a casa de Gui, em cujos ombros chorei e ao que compreendi, meu namorado continuava me amando e sentia-se feliz ao me rever, apesar de não aprovar minha amizade com Van.

-Essa guria não presta, Tita. Abre os olhos.

-Presta sim. Melhor que andar com aquela careta da Julia.

-Pelo menos Julia não é uma puta maconheira.

-Van não é uma puta maconheira.

-Se não for, não sei de quem estamos falando.

Inferno astral ou não, voltando ao colégio a situação também piorou, pois Raimunda já havia tomado conhecimento da farsa envolvendo autorizações para viajar e antes que entrássemos em sala de aula, mesmo sob a chuva que caía naquela manhã, nos fez entrar em forma para dar seu típico sermão matinal.

-Na minha época esse tipo de comportamento tinha tolerância zero. Respeitávamos aos mais velhos e jamais saíamos respondendo, falando palavrão, questionando a autoridade. Quem vocês jovens pensam que são pra saírem fazendo o que bem querem? Pensam que são invencíveis? Imortais? Vocês envergonham uma geração com essas condutas extremamente vândalas e inconsequentes, mas aqui nesta instituição de ensino eu me encarregarei de punir SIM quem infringir o limite do bom senso. A minha liberdade termina quando começa a do próximo...

Dito e feito. Menos de 15 minutos depois, Dico, Gui, Kiko e eu estávamos reunidos no gabinete de Raimunda.

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