7 de maio de 2012

Simplesmente Tita - Cap 66 - Formigueiro humano! (4ª TEMPORADA)



Formigueiro humano!

Assim que o carro da mamãe virou a quadra do colégio, Gui e eu nos encontramos e partimos direto pra rodoviária onde embarcamos com destino num ônibus lotado o qual o destino final era Guaratuba. 

Apenas 2 horas me separavam de 4 dias de intenso fervo no point mais badalado daqui do Paraná, mas eu sempre odiei esperar e sabendo disso o Guilherme trouxe refri, bolacha recheada, um discman e dois cds. Cantando Raimundos pra quem quisesse ouvir, não poderíamos estar mais felizes. 

Quando desembarcamos, estava chovendo um pouco. Enganou-se quem pensou que isso afastaria os turistas, pois Guaratuba, aquela hora, estava um formigueiro humano. Antigamente eu grudaria na minha mãe e teria medo até de respirar, como aquela menininha boba de seis anos. 

Nada me impediria de desfrutar do melhor feriado da minha vida e lá estava eu até dançando no meio do calçadão. O Gui, todo rude, me pedia pra parar, mas quanto mais ele pedia, mais eu me empolgava e pudera, as músicas que estavam tocando nos alto falantes dos carros contagiavam a quem quer que fosse. 

Caralho! Se fosse pra passar o Carnaval parada era melhor ter ficado em casa, porra! Eu tava na chuva e queria me molhar, fazer tudo aquilo que minha mãe jamais deixaria. O Gui podia ser meu namorado, mas não poderia controlar meu modo de ser e se gostasse de mim como tanto afirmava, teria de aceitar que eu diferia dele num montão de aspectos. Cabeças que pensam de forma igual não pensam pra valer.

Ah, aquela música... Aquela música que eu dançava escondida no meu quarto sonhando em ir às matinês... Zombie nation - Kernkraft 400... Ah, eu me revelei... Dancei com gosto, como se os transeuntes fossem invisíveis, como se eu fosse a rainha da balada que nunca pude ir...

-Tita, para. O pessoal ta vendo. – Gui tentou me conter

Empolguei-me e até roubei a latinha de cerveja de um carinha que estava passando com a namorada. Ele retrucou, mas não fez nada. Bebi toda a cerveja e a primeira vez que ingeria aquilo na vida.

-Espero que esteja acostumada a beber. – advertiu como se fosse meu pai

-Claro que to. – mentirosa - Saio toda semana. Não lembra não? Não sou nenhuma menininha careta, bobinha, ta? Sei me cuidar. – menti gritando e rindo alto, dançando como se fosse a Britney Spears

Toda minha euforia deve ter chamado a atenção das câmeras de tv porque estavam me filmando. Quando reconheci o repórter, continuei abocanhando a latinha e o pior é que mamãe era telespectadora assídua do noticiário do jantar naquela emissora.

Imaginei que o motorista daquela picape com som alto fosse um jovem de pouco mais de 20 anos, mas era Ricardo.

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