Bullying é mesmo `coisa da nova geração`?
Ignorância, comodismo ou opressão? De que lado você está?
Ao ler Simplesmente Tita, muitos julgam ser mais um daqueles cansativos clichês inadequados a realidade nos quais a `nerd` muda de escola, tem dificuldades para se enturmar, gosta do menino mais bonito e é zoada pelas cheerleaders até sofrer uma transformação no visual, tornar-se popular e tudo terminar bem no baile de formatura. Pode ir parando por aí, generalização. Você está condicionado a julgar sem se esforçar um pouco mais para sacar a intenção.
A esquisita, o gordinho, o nerd, a sardenta, o magricelo, a favelada, a patricinha, o emo, o homossexual... Está se lembrando de algo, não é mesmo? Chacotas, perseguição, humilhação, discriminação... Isso não te remete a um recorrente tema? Aaaah sim, o bullying. Bullying?
É... Há pessoas que consideram essa palavra `frescura` de estrangeiro, mania dessa `nova geração`. Por que tanto preconceito enraizado? Você já não esteve entre os papeis principais da trama seja como a vítima que não denuncia por medo de represália, o agressor que ganha respeito do modo errado ou mesmo como a plateia que engradece o réu ou a mesma que por receio de ser o próximo alvo, faz silêncio?
Na década de 90 muito pouco se debatia a respeito, pois na visão de pais e educadores era uma prática comum apelidar os coleguinhas, embora quando este persistisse e constrangesse o aluno, deixava de ser uma brincadeira, tornando-se, por fim, incômodo.
As crianças e adolescentes de hoje são muito mais vulneráveis, pois o terror se estende as redes sociais, o conhecido cyberbullying, no qual os `anônimos` semeiam discórdia e raramente recebem algum tipo de punição e em Simplesmente Tita o bullying é mostrado sem meias palavras, exatamente como é, o que causa realmente um choque a quem está acostumado a ler tramas adolescentes com finais felizes, mocinhas perfeitas e descrições enlatadas.
Eu poderia passar boa parte da tarde apontando sequelas e possíveis razões do bullying, entretanto, estaria apenas no início, lascando o iceberg. Por ter conhecimento de casos que resultaram em suicídio e motivaram dolorosos massacres em instituições de ensino, quero, através de minha heroína, representar a voz dos mais fracos levando ao ar o projeto para que mais pessoas se conscientizem da gravidade dessa questão que deve ser mais importante que dar fama a vídeos ridículos e celebridades de esgoto.
Você ainda assim continua discriminando Simplesmente Tita pelo nome e logotipo? Lamento... Eu tentei de tudo para te mostrar que a diferença está no modo de olhar e realmente não gastarei mais caracteres para insistir. Você não tem mesmo sensibilidade ou é mais um que se cala por pensar que não existe solução. A curto ou longo prazo, o importante é a tentativa, a menos que você queira continuar presenciando o caos de mãos atadas, mas a escolha é somente sua. Quem for contra o bullying, recomende Simplesmente Tita aos amigos, familiares, conhecidos. Vamos, no português mais primitivo, fazer barulho e mostrar que sim, os bons são a maioria.
*E aos garotos que relutam de ler pelo logo. Não é ele que te deixará mais ou menos macho. Se liga: o conteúdo supera qualquer coisa.
Na 4a temporada, que estréia na próxima segunda-feira, você descobrirá quais podem ser as sequelas do bullying. Recomendo que não perca, pois se a 3a temporada foi eletrizante, emocionante, chocante e bastante realista, os próximos capítulos te deixarão com os cabelos em pé.
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